Aos 30 anos, Thamara Collares do Nascimento transforma sua trajetória em um compromisso com a educação e a transformação social. Moradora da Vila da Penha e estudante de Pedagogia na UNIRIO, ela atua como educadora social no Espaço Quilombinho, integra o Conselho Consultivo do NEABI e o grupo de pesquisas NEGÔ, além de estagiar na Coordenação Pedagógica do projeto Esse Rio é Meu. Entre a sala de aula, a pesquisa e o trabalho comunitário, Thamara busca construir uma pedagogia que valorize a troca de saberes, a afetividade e o protagonismo dos alunos, reafirmando sua crença na educação como caminho de emancipação e justiça social.
Meu nome é Thamara Collares do Nascimento, tenho 30 anos e moro na Vila da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro. Sou estudante de graduação em Pedagogia, compondo o Conselho Consultivo do NEABI-UNIRIO e o Grupo de Pesquisas e Estudos NEGÔ. Também atuo como educadora social no Espaço Quilombinho e, atualmente, estou estagiando na Coordenação Pedagógica do Projeto “Esse Rio é Meu”. Essas experiências têm sido fundamentais para meu crescimento profissional e pessoal, permitindo-me vivenciar diferentes realidades educacionais, compreender as necessidades de alunos e contribuir para projetos sociais que transformam vidas.
Optei pelo curso de Pedagogia porque acredito profundamente na potência do conhecimento que todos carregamos. Acredito que aprender não é apenas acumular informações, mas saber compartilhar saberes e transformar o ambiente ao nosso redor. Desde a infância, exerci o papel de professora brincando com minha irmã, que aprendia a ler e escrever comigo. Esse exercício de ensinar e mediar brincadeiras despertou em mim um gosto genuíno pela educação, mostrando que ensinar é também cuidar, inspirar e possibilitar que o outro descubra sua própria capacidade.
Embora amigos e familiares frequentemente questionassem minha escolha, dizendo coisas como “você não quer ser rica, né?”, encontrei incentivo e apoio na minha irmã e nas próprias experiências que me confirmaram que a educação é o caminho que desejo seguir. Essas vivências reforçaram meu compromisso com a formação de crianças e adolescentes e consolidaram meu propósito de trabalhar em prol de uma educação mais justa, inclusiva e transformadora.
Minha intenção como educadora é criar espaços acolhedores e significativos para as futuras gerações, onde o aprendizado seja associado à troca, à afetividade e à valorização do indivíduo. Quero contribuir para uma pedagogia que reconheça a potência de cada aluno, promovendo sua autonomia, curiosidade e capacidade de pensar criticamente. Além disso, busco que minha trajetória seja marcada também pela produção de conhecimento, participando de pesquisas e artigos que valorizem a prática pedagógica e ampliem a discussão sobre educação de qualidade.
Sei que os desafios da profissão são constantes. A rotina do professor exige dedicação, paciência e resiliência. É uma profissão que nos afeta profundamente, tanto emocional quanto fisicamente, e por isso o autocuidado é essencial para garantir a saúde mental e o bem-estar do educador. No século XXI, ser professora significa aprender todos os dias algo novo em sala de aula, lidar com crianças cheias de energia, curiosidade e vontade de explorar o mundo. É preciso acolher, escutar e incentivar, reconhecendo que cada aluno traz consigo saberes potentes, que nem sempre sabem utilizar plenamente, mas que podem ser despertados com orientação, atenção e sensibilidade.
Acredito que a educação é um espaço de transformação social e pessoal, e é com esse propósito que sigo dedicando minha vida à pedagogia. Cada experiência, cada estágio, cada projeto desenvolvido me confirma que a sala de aula não é apenas um espaço de ensino, mas de construção de conhecimento, afetividade e cidadania. Por meio da prática pedagógica, da pesquisa e da atuação social, busco contribuir para formar indivíduos conscientes, críticos e preparados para participar ativamente da sociedade, enquanto construo uma trajetória que seja, ao mesmo tempo, significativa e transformadora.
