
Com apenas 25 anos, Amanda, moradora de Irajá, traz na bagagem a força de uma família que fez da educação o caminho para a autonomia e a independência. Atuando desde 2019 na área, ela descobriu na educação inclusiva sua grande vocação e, hoje, enquanto cursa Pedagogia na UniRio, reafirma o desejo de seguir transformando realidades por meio de uma prática docente pautada pela diversidade, pelo cuidado e pelo compromisso com o aprendizado de cada aluno.
Meu nome é Amanda, tenho 25 anos e moro em Irajá. Venho de uma família formada por mulheres que conquistaram sua independência por meio do estudo, inspiradas pelo discurso do meu falecido avô. Ele dizia que suas filhas não precisavam casar para ser felizes: o melhor marido seria seu próprio trabalho. Para ele, nenhuma pessoa poderia determinar o que suas filhas fariam; a autonomia e a independência eram prioridades. Esse princípio permeou todas as mulheres da minha família e moldou minha trajetória.
Trabalho na educação desde 2019, e foi nesse primeiro contato com a profissão que me apaixonei pela área, especialmente ao atuar com educação inclusiva. A experiência de mediar o aprendizado de crianças com deficiência foi transformadora e despertou em mim uma paixão pela sala de aula que nunca mais desapareceu. Percebi ali que estar em sala de aula, ajudando a desenvolver crianças e adolescentes, é o que me faz feliz e dá sentido à minha vida. Depois disso, prestei o ENEM, ingressei na UniRio para cursar Pedagogia e sigo dedicada à minha formação.
Nunca enfrentei críticas de familiares ou amigos, que sempre me apoiaram e reconheceram meu talento para ensinar. Desde cedo, meus amigos e até os mais jovens da família buscavam minha ajuda com estudos e trabalhos, reforçando meu papel como referência no ensino.
Amo a sala de aula e pretendo continuar nela, mas também vislumbro atuar na gestão escolar. Acredito que mudanças significativas dependem de pessoas comprometidas com o projeto pedagógico. Quero contribuir trazendo uma identidade inclusiva ao corpo docente, valorizando a diversidade e respeitando a individualidade de cada aluno.
Ser professora no século XXI é um grande desafio. É necessário ser corajosa, apaixonada e dedicada, perceber as necessidades individuais dos alunos e lidar com salas muitas vezes superlotadas ou sem estrutura. O professor do século XXI entende a potência da infância e o poder transformador da educação na sociedade. Os desafios da profissão têm raiz na desvalorização da criança como indivíduo e na falta de reconhecimento do trabalho do professor. Isso gera consequências como falta de recursos, sobrecarga de trabalho e desrespeito, mas não diminui a importância da educação. É por acreditar nesse poder transformador que sigo dedicada, motivada e apaixonada pela minha profissão, determinada a fazer a diferença na vida dos meus alunos e na sociedade.