Esse Rio é Meu: crianças da Creche José Ramos Januário resgatam a importância do Rio Jacaré para a comunidade do Engenho Novo

Professora Francisca Aparecida Barros de Carvalho explica o projeto.

Jacaré estava cansado
foi pro rio descansar
encontrou muita sujeira
começou a coletar garrafas pet, sacolas plásticas
É muito lixo, xô, xô
Que não acaba…
Jacaré ficou tristinho
mas não desanimou
pegou todo o lixinho na sacola colocou.

A letra acima foi criada pelas crianças da Creche Municipal José Ramos Januário, da Prefeitura do Rio, localizada no bairro do Engenho Novo, Zona Norte do Rio. Durante o ano letivo de 2024, sob a coordenação da professora Francisca Aparecida Barros de Carvalho, meninos e meninas da turma de Educação Infantil 21 mergulharam no programa Esse Rio é Meu. Ao participar do ciclo de formação de docentes, Francisca foi desenvolvendo o projeto, apresentando o rio Jacaré e despertando a conscientização dos alunos e de suas famílias sobre a importância do meio ambiente.

“As crianças tiveram a oportunidade de conhecer o nome do rio que atravessa a comunidade. Elas vivenciaram essa experiência de forma lúdica, através de histórias, atividades artísticas, musicalização, brincadeiras e produção de brinquedos com materiais recicláveis. Essas atividades foram realizadas a partir do personagem “Jacaré” nome do nosso rio”, explica a professora.

O programa Esse Rio é Meu é desenvolvido em conjunto pela Secretaria Municipal de Educação e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio, em parceria com a oscip planetapontocom e a concessionária Águas do Rio – patrocinadora do programa. O objetivo do programa é engajar escolas na recuperação e preservação dos rios. Cada grupo de escolas da rede pública de ensino do Rio ficou responsável por desenvolver ações em torno de um dos corpos hídricos da cidade. A Creche Municipal José Ramos Januário vem trabalhando com o Rio Jacaré.

Inicialmente foi realizada uma pesquisa sobre o rio, resgatando histórias de moradores e inclusive de funcionários da própria escola que puderam contar às crianças como foram suas infâncias e as brincadeiras que vivenciaram na “antiga” cachoeirinha, fonte de água que corria da comunidade até o rio Jacaré e que acabou sendo encanada para uso dos moradores do morro. “A rede de esgoto da comunidade é muito precária, em sua maior parte está aberta e deságua no Rio Jacaré, assim como os dejetos e chorume do lixo que não têm local adequado para descarte por falta de políticas públicas. Esse cenário acaba por poluir ainda mais o rio, acarretando um maior índice de doenças principalmente nas crianças da comunidade”, conta Francisca.

Essa pesquisa oportunizou várias discussões e provocou também um diálogo das crianças com suas famílias sobre a importância do descarte correto dos dejetos para diminuir as consequências da poluição para a população no que diz respeito à saúde das crianças e à preservação dos entornos do Rio Jacaré, evidenciando a importância de garantir a saúde do ecossistema e a qualidade de vida das comunidades ao redor.

Neste sentido, e com o objetivo de mostrar a importância da reciclagem, as crianças confeccionaram Jacarés com caixas de ovos, pintaram as águas do rio com os pés, fizeram experiências com água suja e água limpa. Participaram de dramatizações. E confeccionaram um estandarte para “Passeata com visita ao Rio”.

E não foi só isso: “Participaram de uma ação de conscientização e cuidados com o meio ambiente, recolhendo o lixo do entorno da unidade escolar. Produziram artisticamente um rio feliz e um rio triste. Brincaram. E, com suas famílias, criaram brinquedos a partir de materiais reciclados”, acrescenta Francisca.

Com o estandarte, as crianças visitaram o Rio Jacaré, cantando a música do Jacaré, cuja letra abriu essa matéria. Após a visita, foi apresentada uma peça teatral para os responsáveis, com a participação dos alunos, “Os jacarés e a fada protetora”, escrita pela professora Aparecida Carvalho.

“Como culminância de nosso projeto, foi realizada uma exposição interativa com as propostas realizadas, com a participação de toda a comunidade escolar e exposição das produções infantis. Também foi exibido um vídeo com todos os processos do projeto Esse Rio é Meu. A participação ativa da comunidade escolar foi essencial nesse processo, pois promoveu a conscientização sobre a importância da preservação ambiental e incentivou práticas sustentáveis no dia a dia”, finaliza a professora.

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