Esse Rio é Meu: plantio de mudas em garrafas PET transforma o dia a dia do CIEP Professor Darcy Ribeiro

Projeto acontece desde 2024 e, atualmente, mobiliza 100 estudantes.

Por Marcus Tavares

Estudantes do 5º ano do CIEP Professor Darcy Ribeiro, localizado em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, estão descobrindo que podem reduzir o descarte do lixo e usar a água de forma mais consciente. Desde o ano passado, eles participam de um projeto de plantio de mudas em garrafas PET e com dispositivo auto irrigante. As ações fazem parte do programa Esse Rio é Meu.

“Pegamos uma garrafa PET de um litro e meio ou dois litros. Cortamos ela ao meio. A parte do cone, que está com a tampinha, vai ser preenchida com a terra. Em seguida, furamos a tampa plástica e passamos pelo buraco um fio de material sintético. Acoplamos esse cone na outra parte da garrafa que servirá como reservatório de água. Esse fio, então, vai conduzir a água de baixo para cima por capilaridade, movimento contrário ao da gravidade”, resume o professor Roberto Lucio de Souza Cruz.

O programa Esse Rio é Meu é desenvolvido em conjunto pela Secretaria Municipal de Educação e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio, em parceria com a oscip planetapontocom e a concessionária Águas do Rio – patrocinadora do programa. O objetivo do programa é engajar escolas na recuperação e preservação dos rios. Cada grupo de escolas da rede pública de ensino do Rio ficou responsável por desenvolver ações em torno de um dos corpos hídricos da cidade. O CIEP Professor Darcy Ribeiro vem trabalhando com o Rio do A.

A atividade vem sendo realizada por cerca de 100 estudantes. O professor Roberto conta com a ajuda de outros colegas: as professoras Linna Patrícia e Juliana Rodrigues. “Tem sido uma experiência muito interessante. E uma oportunidade valiosa para trabalharmos vários conceitos. O primeiro é o movimento de capilaridade. Há também a questão da reciclagem com as garrafas PET. O tipo de terra que usamos enseja outra discussão importante, pois utilizamos um composto orgânico fruto do reaproveitamento do resíduo orgânico. E, ao mesmo tempo, trabalhamos o uso mais consciente da água, já que o movimento de capilaridade ajuda nesse processo. Além disso tudo, temos o mecanismo de auto irrigação, que não depende de ninguém para regar. Ou seja, é um trabalho totalmente funcional que, na verdade, começou no ano letivo de 2024 com os professores Alessandra Silva e Fabio Silva e está sendo continuado”, explica Roberto, graduado em Análises de Sistemas, Pedagogia e História.

Quem passa em frente à escola consegue ver o trabalho na prática. Os ‘vasos’ de PET estão sendo colocados nas grades do pátio, uma espécie de horta vertical suspensa do CIEP.

“Os estudantes acharam muito interessante o fato da água, neste projeto, fazer o movimento de baixo para cima, no sentido oposto ao da gravidade e ficaram bastante impressionados com a redução no consumo de água e com a possibilidade de refazer essa experiência em suas casas, o que já vem ocorrendo. Agora é esperar o desenvolvimento das plantas para ver as reações deles diante do êxito em fazer esse tipo de cultivo altamente sustentável. Alguns chegaram a comentar, com base nas aulas de ciências, que a agricultura é a atividade humana que mais consome água e esse método de cultivo reduz bastante a utilização desse precioso recurso. É ou não é uma reflexão contundente?”, brinca o professor.

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