Torre Verde na Rocinha: modelo viável de replicação de tecnologia social

Projeto é financiado pela FAPERJ.

Você já conhece a Torre Verde, localizada na Rocinha, Zona Sul do Rio de Janeiro? Erguido no pátio entre o CIEP Doutor Bento Rubião e a Escola Municipal Luiz Paulo Horta, na Estrada da Gávea nº 522, o equipamento de 12,5 metros de altura é um símbolo de economia circular e tecnologia social. Inaugurada em outubro de 2022, a Torree reúne, em uma única estrutura de quatro andares, geração de energia solar, captação de água de chuva para irrigação, hortas urbanas verticais e um sistema acelerado de compostagem que transforma resíduos orgânicos em adubo em apenas 45 minutos. O projeto é financiado pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e conta com o apoio técnico da AAA_Azevedo Agência de Arquitetura e do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

De acordo com informações da FAPERJ, depois de dois anos de operação, a Torre Verde provou ser um modelo viável de tecnologia social, com potencial para ser replicado em outras comunidades no Brasil e no mundo. A ampliação do projeto pode levar à comercialização de créditos de carbono, fortalecendo a sustentabilidade econômica da iniciativa.

Ao transformar resíduos em adubo, captar energia solar e produzir alimentos saudáveis em plena Rocinha, a Torre Verde não apenas eleva o padrão de sustentabilidade na comunidade, mas também reforça a capacidade de inovação e resiliência de seus moradores. É um exemplo claro de que tecnologia e inclusão podem andar de mãos dadas para construir um futuro mais verde e justo.

A Torre, uma estrutura metálica com 4 pavimentos, é dividida da seguinte maneira: Nível térreo abriga: 1. aceleradora e trituradora para os resíduos orgânicos; 2. depósito para descanço do adubo; e 3. compartimento para guarda de materiais e equipamento de automação da torre (placas solares e iluminação); Nível +2,50m: acesso à Torre e área para manuseio de mudas e adubo; Nível + 5,00m; +7,50m: produção de alimentos orgânicos; Nível +10,00m: produção de alimentos orgânicos + caixas d’água (quatro caixas de 500l cada); e Nível +12,50m: placas solares (8 placas medindo 2x1m).

A estrutura, portanto, combina diferentes processos sustentáveis em um espaço de 5m x 5m: Energia limpa: oito placas solares geram até 470 kWh por mês, contribuindo para a autossuficiência energética da torre; Compostagem acelerada: até 90 kg de resíduos orgânicos são processados diariamente, transformando lixo em adubo de alta qualidade; Hortas suspensas: com uma área total de plantio de 54,7 m², a torre produz mensalmente 20 kg de alimentos como verduras e legumes, número que pode chegar a 50 kg com a expansão do cultivo vertical; e Captação de água de chuva: o sistema reduz a dependência de recursos hídricos externos, destinando a água captada para irrigar as plantas.

A Torre Verde beneficia diretamente os moradores da Rocinha em diversas frentes: 1. Educação ambiental: cerca de 780 crianças de 4 a 12 anos participam de aulas sobre sustentabilidade, economia circular e preservação ambiental; 2. Geração de renda e empregos: moradores locais são contratados para trabalhar na torre, desde o cultivo de alimentos até a manutenção do espaço; 3. Produção de alimentos saudáveis: os alimentos cultivados sem agrotóxicos são distribuídos para a comunidade, garantindo maior acesso à alimentação nutritiva; e 4. Valorização social: o projeto promove um sentimento de pertencimento e cuidado com o ambiente local, incentivando a conscientização sobre descarte adequado de resíduos.

Fonte: Faperj

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