Práticas que extrapolam o universo educativo formal

Leia a entrevista com Célia Regina Honorato de Oliveira.

Professora e integrante da equipe de Sustentabilidade da Gerência de Projetos Pedagógicos Extracurriculares da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, Célia Regina Honorato de Oliveira conhece e acompanha o desenvolvimento do Programa Esse Rio é Meu nas unidades escolares da Prefeitura do Rio há bastante tempo. E neste período vem observando o engajamento das escolas no sentido de conscientizar toda a comunidade escolar a respeito da importância da preservação e recuperação dos rios, transformando assim vidas.

Em entrevista à revistapontocom, Célia explicou quais foram os critérios de seleção das melhores práticas e a importância do programa dentro e forma dos muros das escolas: “As práticas demonstram modos de trabalhar com criatividade, entusiasmo e responsabilidade, extrapolando o universo educativo formal para atingir um número bem mais amplo de pessoas, além do fato de estimularem a busca por ações do poder público, através do protagonismo infantojuvenil, conscientizando os alunos acerca da força que possuem quando têm acesso ao conhecimento e aos instrumentos específicos para essa finalidade”.

Acompanhe a entrevista:

revistapontocom – Como foi desenvolvido o processo de seleção das melhores práticas e quais foram os critérios?
Célia Regina Honorato de Oliveira
– O reconhecimento das Melhores Práticas: Esse Rio é Meu foi divulgado para as escolas pela equipe do planetapontocom, SME/GPPE e CREs.  As escolas inscreveram suas práticas através do link fornecido pelos organizadores do planetapontocom, no site e na plataforma do projeto Esse Rio é Meu, durante o período de 7 de outubro a 6 de novembro do ano passado. O prazo foi depois prorrogado para oportunizar maior participação até 22 de novembro de 2024. As práticas foram avaliadas segundo cinco critérios: a) Impacto ambiental – contribuição para a conservação do patrimônio hídrico e a melhoria do meio ambiente, considerando resultados concretos alcançados e efeitos a longo prazo; b) Interdisciplinaridade – capacidade de integrar diferentes áreas do conhecimento, promovendo abordagem abrangente e colaborativa; c) Sustentabilidade – viabilidade de continuidade e capacidade de ser replicado em outras escolas e comunidades; d) Participação da comunidade – grau de envolvimento da comunidade escolar e local, no desenvolvimento e implementação do projeto; e) Inovação – Originalidade e criatividade das soluções propostas.

revistapontocom – Qual é a percepção que se tem das melhores práticas?
Célia Regina Honorato de Oliveira – As práticas desenvolvidas pelas escolas retratam como o programa Esse Rio é Meu consegue impactar de forma positiva o cotidiano escolar e a comunidade local. Verifica-se em todas as práticas a conscientização da importância de cuidar dos rios e o entendimentor que muitos considerados “valões” já foram significativos para as pessoas que residem no entorno. Percebe-se também o incentivo dos professores, estimulando a participação efetiva dos alunos na realização das atividades e buscando contato com os moradores, no sentido de resgatar a memória local sobre o rio próximo. Há também a noção de pertencimento em relação aos estudantes/moradores que passam a considerar o corpo hídrico como sendo o “seu” rio, aumentando a preocupação com suas condições e conservação. Além do olhar de estranheza adquirido quando se passa a observar com maior interesse e carinho esse rio em vez de apenas percebê-lo como mais um detalhe da natureza, com o qual se tem contato diário, porém sem cuidado e atenção. Todos esses aspectos evidenciam a riqueza das práticas e a potência em proporcionar transformações no ambiente em que a comunidade escolar vive.

revistapontocom – O que significa esse prêmio para o programa e para as próprias escolas?
Célia Regina Honorato de Oliveira – O reconhecimento das Melhores Práticas: Esse Rio é Meu tem como objetivo destacar, valorizar e enaltecer as ações mais eficazes e inovadoras promovidas pelas escolas municipais do Rio de Janeiro na implementação do programa Esse Rio é Meu. A premiação oferecida às escolas e professores incentiva os profissionais a compartilharem o trabalho desenvolvido em suas escolas, pois muitas vezes são realizadas atividades espetaculares, mas que não são divulgadas. Quando é feita a visita de acompanhamento pela equipe do planetapontocom e da GPPE/SME, percebemos a riqueza e a variedade de trabalhos existentes, mas que acabam, muitas vezes, permanecendo âmbito do espaço escolar. 

revistapontocom – O que se pode “aprender” a partir desses projetos premiados?
Célia Regina Honorato de Oliveira – “Aprendemos” que há diversas possibilidades de implementação do programa Esse Rio é Meu nas escolas, levando toda comunidade ecolar a aprendizagem sobre um tema de fundamental importância para a sociedade. As práticas demonstram modos de trabalhar com criatividade, entusiasmo e responsabilidade, extrapolando o universo educativo formal para atingir um número bem mais amplo de pessoas, além do fato de estimularem a busca por ações do poder público, através do protagonismo infantojuvenil, conscientizando os alunos acerca da força que possuem quando têm acesso ao conhecimento e aos instrumentos específicos para essa finalidade.

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