Dia Mundial de Proteção aos Manguezais: ação ambiental reúne biólogo Mario Moscatelli e educadores do Esse Rio é Meu
Para celebrar o Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, um mutirão ecológico reuniu o biólogo Mário Moscatelli, professores da rede municipal de Educação do Rio de Janeiro e representantes de instituições parceiras para plantar mudas e retirar resíduos no manguezal localizado no entorno da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Alegria, na Península do Caju.
A atividade foi organizada pela concessionária Águas do Rio — empresa do grupo Aegea — em parceria com o programa Esse Rio é Meu, do planetapontocom, e a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Os educadores participantes foram os mesmos que, em fevereiro deste ano, receberam o Prêmio Melhores Práticas Esse Rio é Meu, que reconhece projetos pedagógicos voltados à temática ambiental.

Recuperar, plantar e transformar: o impacto do Projeto Mangue
Segundo José Maria Vaz, coordenador de Operações da Águas do Rio, a iniciativa integra o Projeto Mangue, iniciado em 2022, após a empresa assumir a operação da ETE Alegria. Em três anos, já foram retiradas 150 toneladas de lixo e plantadas 13 mil mudas de mangue vermelho e branco em uma área de 140 mil m².
“O que se deseja é retirar o máximo de lixo da área, permitindo o plantio de novas mudas e assim liberando o desenvolvimento do mangue no entorno da ETE Alegria. Esse resgate significa a melhora da qualidade do meio ambiente, com retorno de espécies nativas, como o caranguejo goiamum e o pássaro maçarico”, explicou Vaz.
Além da recuperação da fauna e flora locais, Vaz destacou que a ação tem impacto direto na qualidade da água e da vida marinha na Baía de Guanabara e em outros corpos hídricos urbanos, como a Lagoa Rodrigo de Freitas, onde o projeto também atua.
clique aqui e leia o depoimento na íntegra de José Maria Vaz

Dia de Proteção aos Manguezais: ciência e educação de mãos dadas
O mutirão contou com a condução do biólogo Mário Moscatelli, um dos principais nomes na luta pela recuperação dos ecossistemas de manguezal do estado do Rio. “O resgate dessa área revela que, com trabalho contínuo, até as áreas mais degradadas da Baía de Guanabara podem ser recuperadas. Quem diz o contrário, ou não sabe o que está falando ou é mal-intencionado”, afirmou Moscatelli.
Segundo o biólogo, a mudança da relação historicamente predatória com o ambiente apenas se dará com educação de boa qualidade. “Não existem salvadores da pátria ambientais, apenas muito trabalho sério. Será que vai dar tempo? Não sei. Recupero e amplio manguezais: é o que eu sei fazer.”, afirmou.
Para o especialista, a ideia vai além da restauração ecológica: trata-se de uma “dívida ambiental histórica” e de uma oportunidade de criar, futuramente, um parque ecológico que possa ser desfrutado pela comunidade do Caju.
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conheça o programa Esse Rio é Meu

Professores refletem sobre o aprendizado fora da sala de aula
Entre os participantes do mutirão estavam professores da rede pública que vêm atuando em projetos ambientais com seus alunos. Para muitos, a experiência foi marcante e transformadora. O professor Ricardo Constantino, do Ensino Fundamental, do CIEP Herivelto Martins, relatou o impacto da vivência prática: “Estudamos a vegetação do Rio de Janeiro no primeiro bimestre e eu não me sentia seguro em ensinar o tema. Isso mudou completamente após a ida ao manguezal. Foi um dia de aprendizado incrível. Sai diferente daquele encontro. Experiências como essa têm o poder de transformar. Mudou a minha visão de mundo.”
Renata Ribeiro, da Gerência de Educação da 8ª Coordenadoria Regional de Educação, também participou da ação e destacou o valor pedagógico do projeto. “A revitalização do mangue representa um convite à transformação cultural e educativa. Ver o projeto acontecendo, colaborar com o plantio de mudas de mangue vermelho, me fez esperançar. É sinal de que é, sim, possível recuperar o que foi degradado. Precisamos formar cidadãos críticos e comprometidos com o futuro do planeta.”, disse.
clique aqui e leia na íntegra os depoimentos dos professores

Educação ambiental é o verdadeiro legado
Para os organizadores, o projeto não se resume à recuperação ambiental, mas também à formação de consciências. “Quando professores, biólogos e comunidades caminham juntos, conseguimos deixar um legado que ultrapassa o presente. Reflorestar é também educar”, afirmou Renan Mendonça, diretor-executivo da Águas do Rio. “Reforçamos que a verdadeira mudança começa na sala de aula”, acrescentou Silvana Gontijo, presidente da planetapontocom. “Quando professores abraçam projetos como o ‘Esse Rio É Meu’, a escola se torna ponte entre o saber e a ação. Precisamos que cada educador seja multiplicador dessa causa.”